
Fui ao Rock In Rio. É, fui… Não resisti aos apelos dos amigos, do Elton John, do Rod Stewart… É… Fui no dia da velha guarda. Tá! Confesso, sou dessa. Dessa época! Eu até que estava bem satisfeita com meu camarote no MultiShow da minha casa. Caipirinha de graça, som estéreo, sofá, tumulto zero, mas sempre tem aquele amigo que te oferece ingressos que sobraram e ele não conseguiu passar adiante (é a crise!). E com um bom grupo, por que não, né? Respirei fundo, me enchi de coragem e fui.
Não me arrependi. O que me surpreendeu. Sério!! Foram tantos os relatos de arrastão nas praias no fim de semana, de ocorrências dentro do próprio Rock In Rio, que cheguei a titubear várias vezes, e confesso que pensei em centenas de desculpas para dizer aos amigos, que iriam micar com os ingressos.
Dica #1 – Evite rota da praia principalmente final de semana
Foi com esse espírito que entrei no ônibus de linha normal para ir até o Alvorada pela Avenida Lúcio Costa (nãããããão!!!) pegar o tal BRT para o do Rock In Rio, o do povão mesmo, não era o VIP que custava R$ 70,00 não.
Na primeira parada, dois moleques, menores desacompanhados, entraram sem camisa pela porta dos fundos do “buzu”, ou seja, sem pagar. E pensei… “É agora”. Já comecei a separar o dinheiro dos documentos pra facilitar a vida… Foi ai que o motorista gritou lá da frente: “desce os dois!”. Fizeram que não era com eles e permaneceram sentados, ante ao constrangimento geral dos passageiros.
O motorista manteve a posição: “desce os dois ou a próxima parada será na polícia”. Tensão! Podia-se cortar o ar com uma faca de tão pesado que era o clima. Um misto de “nossa, como somos preconceituosos” com “ai, que alívio”. O fato é que os dois desceram mediante a ameaça. O motorista, gato escaldado, deve saber o que fez. E com isso dou por resolvido meu dilema de consciência, principalmente depois de ter visto as imagens de arrastões nas praias.
A viagem prosseguiu e levamos uma hora para andar um quilômetro e alguns metros. É nesse momento que você pensa onde foi amarrar o seu bode. E se faz aquele famoso questionamento: “Imagina nas Olimpíadas?!”.
Dica #2 – Dê preferência ao BRT. Não vá de carro
Mas os anjos conspiram a favor do Rio. Não é à toa que o símbolo da cidade é o Cristo de braços abertos. Quando tudo pode dar errado é quando começa a dar certo. Ele olha por nós, isso é certo.
Não é que o tal do esquema do BRT funcionou maravilhosamente bem?!! Chegando no terminal Alvorada, (que se teve arrastão, eu fui poupada), a ida até a Cidade do Rock durou uns 20 minutos, em ar-condicionado e confortavelmente sentadinha. Então alerto: não estacione seu carro antes e vá a pé até ao terminal. É perigoso sim. Dá para ver que tem gente ali esperando para dar o bote. Resista ao engarrafamento e chegue lá em segurança.
Dica #4 – Evite bolsa e mochila
Não fui no primeiro dia. Então, não fui cobaia. Muita coisa que deu errado já tinha sido sanada. E se soubesse não teria levado bolsa porque o pessoal que chega sem nada nas mãos entra mais rápido. Os demais passam por uma revista mais rigorosa (necessária, diga-se de passagem).
Se você tiver aquelas bolsas de guardar dólar e passaporte por dentro da roupa, use-a. Separe de RioCard (se não tiver, faça um, né?! Francamente…), sua identidade, celular (porque vc precisa postar que está lá!) cartão do banco e um dinheirinho. As necessidades básicas, como água, custam caro na cidade do Rock. Tenha isso em mente.
Dica #5 – Leve paciência, bom humor e não deixe a educação em casa
Mas pra tudo dar certo mesmo, não perca da sua mente o fato que você está num grande evento e como tal, tem muita gente. De todo tipo, de todos os níveis sociais. É uma festa democrática. Tem carioca, tem turista, tem criança, tem velho. E tem gente folgada, infelizmente. Então, keep calm e… Keep calm.
Tirando o fato de que algumas pessoas , na ânsia de sair antes, sai atropelando os que estão no chão esperando o próximo show, tudo ocorreu na paz. Foi possível ver o show com espaço e o clima estava ameno, com uma meia-lua dando um toque no céu.
Conselho #1 – Vá!
A volta foi bem mais tranquila que a ida. Com a pulseirinha que você ganha na ida, é possível ter acesso ao BRT. Portanto, não perca isso de jeito nenhum. O trajeto até a Alvorada é rápido, livre de engarrafamentos e tinha gente da organização dando informações de que ônibus pegar.
No final seu pé vai estar queimando, sua coluna travada e o cansaço tomará conta do seu ser, mas eu posso te garantir: não há nada que possa substituir o vibrar do som do piano do Elton reverberando fundo no seu peito ou fazer coro em “I don’t wanna talk about it” para ajudar o Rod Stewart, que já nem tem tanta voz assim. Se essas coisas te comovem, mas você não vai porque tem receio do que possa acontecer, boa notícia: pode ir sem medo.
Como fazer.esse cartão rio card?